segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

olhar

Basta abrir as pálpebras. Só tenho olhos para você! E como minha visão (míope por opção) não enxerga seu corpo à distância, vejo você bem de perto, quase dentro de mim. E assim observo sua forma e seus contornos distorcidos quando você se afasta, por instantes, do entorno. Mas é só fechar os olhos novamente para que eu contemple mais uma vez a sua proximidade tênue aqui. Exploramos esse momento terno, quase eterno, enquanto a sua doçura agreste visita a menina dos meus olhos – retina desgastada por uma saudade bem singular.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ex(er)citando...

Eu queria saber só mais um pouco disso tudo. Da vida que arrasta desejos pra dentro do peito e depois transborda ausências contínuas. Queria saber da “nossa” festa efêmera. Brincadeiras libidinosas no quarto desarrumado. Desarrumada. Sinto-me desarrumada. Desorganizada, mas destemida. E claro disléxica... As palavras dançam na minha cabeça, e quando quero pô-las no papel, na tela, não sei mais que palavra era o que eu ia dizer... não sei mais escrever. Desescrita sou descrita assim: eu, que era tão boa na sintaxe justa dos conectores e subjuntivos, vejo-me inexpressivamente confusa com as regências, os modos e os tempos... (só para os verbos há tempos plurais, que constatação mais triste!) Eu queria saber mais de esperas, menos de saudades e abstinências... Eu queria saber mais ou menos de você.