terça-feira, 31 de maio de 2011

(des)encontro

Sempre gostei de histórias de amor. Das que acabam bem, das que acabam mal, das que acabam. (Acho que todas têm seu jeito próprio de acabar!)
Gosto de histórias de amor com flores, perfume, surpresa e pressa... que acontecem devagar e fazem divagar...
Gosto de escrever sobre (des)amores e sobre amores impossíveis de acontecer. Gosto de escrever de mim sobre “você”, a nosso respeito... gosto de dizer minúcias e detalhes impublicáveis para ninguém ler.
Gosto de ler as histórias de amor que ainda e sempre serão escritas. Gosto dos verbos deslocados entre sujeitos dispersos e diversos... sujeitos que fogem de versos e vão conjugar sua pessoa em outros tempos e modos inexistentes. Metalinguagem. Gosto de linguagem metafórica no mais real dos contos de fadas, maravilhosos e fantasticamente incontáveis na prosa linear dos romances que nunca serão escritos.
Gosto. Gosto de histórias. Gosto de histórias de amor.
(e por isso gostei do seu conto!)

sábado, 28 de maio de 2011

porta entreaberta

Quando ele saiu da minha vida, eu não imaginava: Quanta dor. Saudade. Falta. O beijo que não vinha e a boca seca lembrando a perfeição do desejo e o acaso das impossibilidades.
Quando ele saiu, sem reverência, da minha casa, pedindo compreensão e distanciamento... causando feridas nas paredes do meu pensamento ingênuo (que acreditava não ser pra sempre o adeus)... rasgando os tecidos da minha sanidade e lucidez...
Quando ele se foi, por fim, pondo fim ao que estava acabado há tempo, por falta de tempo pra nós... ele esqueceu de fechar o ciclo, deixando uma fresta teimosa entre nossas necessidades... um hiato... uma palavra acenando diversas interpretações e a porta entreaberta pra você entrar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

sobre a urgência de 3 minutos

Somos humanos e temos todo o tempo do mundo. Temos tempo para dizer as frases mais desconexas que nos vêm à mente. Enquanto o relógio marca o tique-taque das horas, pacientemente a urgência de ter você por perto lateja todos os minutos da minha imprecisão.
Minha noção de saudade tem a força das catástrofes e me remove da cotidiana falta que você me faz...
Lendo seus versos, eu me recomponho, me refaço,
marco outro ponto pro nosso próximo encontro
e desencontro...
Seu poema (três)loucado em minutos de espanto remete tudo a três, quase por um triz... a “dízima periódica” que compus aos quinze anos me traz ao três outra vez: e o que é que você me diz?
Passei horas escrevendo sobre os minutos que não temos - ironia atemporal da vida que me castiga. Mantenho-me incondicionalmente paralisada, inerte, imóvel, estática e morna à espera do seu breve prazo de validade vencer. Registro minhas incoerências verbais abomináveis sem me deixar levar pela censura da poeta que hiberna na ausência do ritmo e da rima...
Quanto tempo você levará para me ler?!

domingo, 15 de maio de 2011

matinal

Acordo com a boca impregnada do seu gosto. O gozo quente reverbera entre os dentes. A fome disfarça uma saciedade inatingível. Toda atmosfera exala seu perfume. Penso que ainda estou adormecida. Entorpecida, realizo os hábitos dessa manhã que começa sorridente dentro de mim. Sou o que fui pra você na noite passada... que ainda não passou... e, desperta, me faz feliz!