sábado, 19 de setembro de 2015

desculpe o atraso

Eu sei que já passaram alguns dias. Sei que você nem se deu conta. Mas eu continuo contando o tempo. Tento fazer de conta que não é da minha (nem da sua) conta. Mas eu continuo a conta. E conto o passar dos dias/anos. E essa conta nunca fecha. Por muito tempo eu pensei em deixar de contar essas coisas pra você. Eu pensava que seria melhor parar com isso de ficar riscando no calendário todas as datas que me remetem a você. Mas as cartas que lhe escrevo (e guardo as cópias em envelopes lacrados) sempre trazem o registro (não dos Correios, mas dos acontecimento - ou dos não acontecimentos). Mês passado, por exemplo, eu me lembrei do dia em que você contou que ia se casar. Por sorte neste dia eu tinha um motivo pra ficar alegre, sabe? É... eu passei o dia sem pensar que lá se vão "xis" anos... E mesmo sem querer lembrar, me lembrei do quanto essa notícia me desestruturou. Eu estava escrevendo o nosso romance. Era pra você. (Como tudo que eu escrevo, só que agora eu não conto mais que é pra você.) E da mesma maneira, há três dias, eu me lembrei do aniversário do nosso primeiro beijo. Ah!! Eu queria tanto que fosse uma data comum, sem nenhuma lembrança... Queria nem mais associar você ao meu cotidiano irritantemente poético. Mas aí vêm essas datas comemorativas e eu fico assim... cheia de lembranças não compartilháveis nas redes sociais. Lembranças que transbordam minha imaginação com clichês fofos e previsíveis (como todo bom clichê deve ser). E venho correndo pra frente da tela derramar as possibilidades. Venho contar pra você mais uma vez que ainda sonho com você (às vezes sonho acordada mesmo, nem dá tempo de fechar os olhos)! Venho depressa escrever tudo pra não esquecer de novo.. só pra lembrar como era bom! Então, antes que você se canse, só vim dizer que pelas minhas contas este é o sétimo aniversário do nosso primeiro beijo. Foi dia 16. Eu não me esqueci.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ensaio "de volta para o futuro II": um simples pensamento

Não sei o que você vai pensar, mas há algo muito especial, para além de uma simples coincidência, quando se trata de filmes e trilhas sonoras que marcaram a vida das pessoas!
Pensei nisso agora, hoje, assim, sem pretensões, apenas deixando aflorar a nostálgica lembrança do seu beijo (estou aqui me referindo ao "nosso" primeiro beijo), permitindo-me trazer o seu gosto -  sabor bom o de paixão adolescente, né? - para a boca que hoje saliva o sal da saudade. Porque tudo isso foi há tanto tempo...
Não sei se você vai pensar em alguma coisa; porém as insistentes coincidências sempre me fazem pensar, lembrar e, por que não?,  escrever...
A ficção muitas vezes é mais real do que a própria realidade... Não sei se você quer pensar a respeito...  o clichê cabe em qualquer lugar-comum. Por que não pensar que é possível voltar no tempo, então?
A memória me trai um pouco, penso eu. Eu que sempre fui de guardar tudo o que tem a ver com você. Mesmo (e principalmente) que você não pense nisso, que não se lembre de nada.
Porque nunca fomos "um casal". Porque sempre fomos algo desprovido de rótulos ou denominações. Porque éramos inteiros e agora... (agora?) Agora somos menos que a metade.
E eu não sei se você perde seu tempo pensando em mim... Apesar de... Ainda que... Enfim... não sei se você pensa em mim... E quando eu pensava em falar algo que estivesse associado a você, eu usava sempre, sempre mesmo, o título desse filme como uma espécie de epíteto, sabe?... De volta para o futuro, hoje eu penso em você, mas penso naquele Você que estava ao meu lado enquanto na tela desfilavam surpresas coloridas e futuristas... e naquele tempo eu pensava que um dia estaríamos pensando naquilo tudo.
Pena que, passados 35 anos, eu não (me) vejo de volta para o futuro!