sábado, 23 de abril de 2011

basti-dores

(primeiro ato)
sorrateiramente, sua mão se distancia e não toca mais meus sonhos. pleno de argumentos vazios, seu olhar escapa da mira que alvejo: meu desejo. pacientemente você desconstrói - tijolo a tijolo - o alicerce frágil e utópico que erguemos. não sinto seu cheiro exalando dos meus poros e esconderijos.

(defecho)
Ao acordar, não dirijo a palavra a ninguém. Só me resta escrever essas emoções despedaçadas que restam, me arrastam... pro abismo. E eu cismo que você lerá estas linhas! Por isso, antes de assinar embaixo, ergo a cabeça e confesso: eu não sou essa doçura que você provou. Meu fel escorre entre o verbo e a rima... depois contamina sua poesia verborrágica e instantânea. Eu falo isso pra você não pensar que quis enganar. ...Foi melhor você ter ido antes de experimentar meu veneno

terça-feira, 12 de abril de 2011

sobre os atrasos

Quem nunca teve um amor que demorou a chegar que atire a primeira estrela! Amores sempre chegam fora do tempo. Atemporais e nos temporais de ilusão, medos, indecisões... Amores quando vêm são inescrupulosos e tardios, nunca se antecipam; não acontecem no calor vívido da esperança... "amor chega tarde" (será que é isso que disse Drummond?)