domingo, 27 de outubro de 2013

imensamente ínfima

Me recolho no aconchego do seu silêncio. Amuada, sub(-)traio meu sentir para tomar a proporção desprezível e insignificante que você me proporcionou. Minimamente exposta, me encolho... (qual a Alice) me demoro no tamanho reduzido dentro do menor intervalo verbal que sua voz entoa. Ali... mergulho... me deixo transbordar. E a emoção entorna e se espalha por fronhas e frestas, enquanto me molham pequenas promessas... (Mesmo não acreditando, eu guardei suas promessas: o encontro sem pressa, o brinde/banho com o champanhe, a visita à nova moradia... um dia!) Me pergunto, à espera da sua calada resposta, onde eu jogo todo o presente? O que faço com os restos do passado? Nada. Nada disso cabe na mulher de letra minúscula, verbo sem conjugação, no infinitivo, sem flexão possível, rima pobre, discurso sem sinônimos. Nada se fixa nos lençóis, nada segreda entre as quatro paredes. Diminuo também o volume da música para sentir mais alto o eco, o oco, o vácuo: o vazio da caixa postal.