segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

olhar

Basta abrir as pálpebras. Só tenho olhos para você! E como minha visão (míope por opção) não enxerga seu corpo à distância, vejo você bem de perto, quase dentro de mim. E assim observo sua forma e seus contornos distorcidos quando você se afasta, por instantes, do entorno. Mas é só fechar os olhos novamente para que eu contemple mais uma vez a sua proximidade tênue aqui. Exploramos esse momento terno, quase eterno, enquanto a sua doçura agreste visita a menina dos meus olhos – retina desgastada por uma saudade bem singular.

Um comentário:

Sílvia Mello disse...

Muito bom. Conteúdo, direção e ótimo jogo de palavras. Quando crescer, ou até antes, com certeza, será poesia. Vá em frente. Acabei de ler que "na tradição, escrever bem é impor o estilo do autor". Estou seguindo.