De todas as
impossibilidades, você era a única certeza. E você ficou. E se manteve: alvo
das paixões inatingíveis. Você com sua franqueza sedutora e seus horizontes
repletos de promessas jamais cumpridas. Armadilha absolutamente previsível,
nem posso acusar o destino de tal desgraça. Não há álibi que sustente minha falta
de racionalidade.
De todas as
inconstâncias, você era a ausência mais perene. E foi você que permaneceu.
Entre silêncios, vácuos e abismos... você ininterruptamente se fez faltar,
fazendo da sua rara presença o prêmio almejado.
E eu esperei seu corpo, esperei suas palavras... justificativas e mais
argumentos. Mas a história já estava encerrada. Eu só fechei os olhos
pra que a realidade não ofuscasse minha teimosia.
De todas as
mentiras, você só verdade. Das farsas e falsas tragédias, você: drama complexo.
Enredo traiçoeiro, mesmo quando explicitados os papéis representados. A cena.
Você, simples figurante, abre as cortinas e arranca aplausos. Eu me impressiono
sempre com sua performance romanesca.
De todos os
roteiros irrealizáveis, você era o desfecho concretamente inviável. Assumiu o
script e redirecionou os atos. Entrou em cena e roubou o foco do palco. Criou
situações imperfeitas para os conflitos que a tela pedia... e com perfeição se
transformou no herói da minha novela, quando, desde o primeiro instante, eu
sabia que você é vilão.
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