quarta-feira, 11 de setembro de 2013

o nó(s) na garganta

Estou tentando há dias escrever sobre nós. Não o substantivo abstrato que fomos, quando os sonhos se amalgamavam enquanto nossos desejos se amavam. Não o complemento direto da pessoa plural que somos quando somamos nossas carências físicas e transmutamos prazer. Não o górdio - dileto assunto que omitimos da nossa inatingível comunicação.
Estou tentando escrever sobre nós. Há muito tempo.
Nós, que nunca atamos. Nós, que sempre sós.
Estou tentando escrever sobre nós: cegos. Nós desfeitos, sem amarras, sem pontas, sem laços.
Ainda há pouco li este poema e mais uma vez tentei...


"incomunicáveis

tu aqui
e eu com saudades
de ti

não do que és – do que foste
da alegria que havia
em teu rosto"

(líria porto)




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