sábado, 14 de dezembro de 2013

sobre cumplicidade e outros nomes para os sentimentos

Os sentimentos têm nomes diferentes para cada um. E eu fiquei assustada quando você me disse que gosta(va) da nossa CUMPLICIDADE. Minha falta de entendimento do seu vocabulário me levou a interpretações superficiais sobre sua declaração. E, embora eu aprecie incluir essa palavra no nosso discurso, senti certo descaso (da sua parte) com nosso caso! Pareceu-me que não deveríamos resumir a "isso" uma relação de afinidades tão densas! E, depois do beijo terno que trocamos... sua mão acariciando minha fragilidade exposta... eu fui me acalmando. Ao seu lado, com todas as emoções enroscadas entre as pernas, com todos os desejos emaranhados... em nós... eu comecei a pensar que denominamos distintamente as mesmas sensações. O que eu chamo amor, na sua narrativa, se lê cumplicidade. Mas eu só cheguei a essa conclusão hoje, depois de ler este texto:

"A cumplicidade numa relação sentimental é anseio de muita gente. Na prática, é evento raro e não é um subproduto automático do elo amoroso.

O primeiro ingrediente da cumplicidade entre duas pessoas [...] é a confiança recíproca: terem certeza da lealdade do parceiro.

A confiança recíproca deriva da honestidade intelectual de ambos e da disposição de deixarem seus parceiros cientes do que se passa com eles.

Para que os cúmplices se disponham a falar tudo o que vai em seu íntimo é imprescindível que seus parceiros não assumam posturas críticas.

Ao ouvir uma confidência, o que é cúmplice de verdade retribui com alguma outra intimidade: diz algo parecido que também tenha lhe ocorrido.

A cumplicidade depende, pois, do encontro de parceiros intelectualmente honestos, que sejam confiáveis e que não sejam críticos: não é fácil!"
Flávio Gikovate

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