sábado, 24 de agosto de 2013

tsunamis e intempéries

De repente nada mais faz sentido. Meus sentidos não obedecem ao reflexo natural das articulações. Tudo é transitoriamente tempestivo e incerto. Sempre foi assim, na verdade. Nunca houve tempos de paz e tranquilidade quando o pensamento estava povoado por lembranças suas. Mas agora que essa onda gigantesca de realidade me atingiu e varreu sonhos tão entranhados nos meus dias... agora, que a áspera e trágica transparência agride minhas pupilas com letras fosforescentes e nenhuma poesia traz o tom apaziguador (nada apazígua a dor)... agora eu posso me sentir em perfeito estado de torpor.
Há uma imensidão de abismos engolindo meus planos... planos simples e plenos de cumplicidade! Planos que agora não encontram um lugar comum em nossa lista de interesses.
Uma inadequação lógica sem precedentes na história da matemática clássica ou da física quântica. A multiplicação constante de dores interiores e intransponíveis. O que escrever agora? Como acrescentar brilho ao enredo do romance natimorto? Nas entrelinhas só uma tristeza e a completa falta de argumentos ... Totalmente fora de contexto, eu tento, teço mais um capítulo: o final, última e única possibilidade para a continuidade do que parecia tão vasto de intenções...

Nenhum comentário: