domingo, 19 de agosto de 2012

sob nuvens


Começo o dia abrindo os olhos para me certificar mais uma vez do silêncio que você deixa na caixa de entrada do meu correio eletrônico. Sei que passei dos limites e entupi a sua lixeira com apelos, lembranças, pedidos inócuos de atenção... Você deve estar achando que sou louca (palavras que você também me escreveu retornam agora pra você com um acréscimo de fatalidade).
Para atenuar meu desespero, passo os olhos pelas notícias publicadas nos perfis amigos... sim, é fato, o dia está lindo lá fora. Enquanto a falta de chuva obstrui os pulmões dos cidadãos de bem, eu transbordo essa chuva particular, isso ajuda a umedecer as mucosas da narina e impede que eu sucumba com falta de ar... você escorrendo pelo meu rosto (foi a maneira que eu encontrei de tirar você da cabeça... de dentro de mim... dos meus pensamentos insensatos e corroídos pela ausência de uma palavra sua).

E se eu tentasse lhe dizer meus desastres emocionais nesta manhã clara de domingo? Você ouviria meu pedido? Nem todas as nuvens anunciam tempestades.., Às vezes elas são apenas desenhos malfeitos de momentos felizes... às vezes as nuvens são apenas deformações de desejos inteiros de felicidade... desmanchando-se num céu sem horizontes a vislumbrar... 
Desculpe, mas eu não consigo (d)escrever minha dor.

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