quarta-feira, 17 de novembro de 2010

escombros

A mobília é antiga. O silêncio também. Ambos antigos e constantes - observadores fiéis e inertes daquela confusa paisagem. Cúmplices.

Quem ousaria sugerir um toque tão surreal, impressionante e abstrato para retratar aquele ambiente sombrio que sentimentos nobres teimavam em habitar?

Tudo era apenas turvo... como o corredor aparentemente tranquilo... a perfeita estagnação em desarmonia... os não passos.

No vazio da sala de não estar, lembranças impessoais perambulavam... preenchendo os espaços deixados pelo passado. Agora, tudo são recordações distantes, longínquas. Presentes em cada átomo, em cada célula do que resiste ali.

Fecho a cortina. Desligo o abajur. Quero esquecer toda essa infelicidade impregnada nas paredes com pintura descascada.
“Amanhã vai ser outro dia”...

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