quinta-feira, 11 de novembro de 2010

hoje

Hoje eu não quero saber da nossa fala coincidente... dessas afinidades que se multiplicam na nossa ausência. Não quero os nossos lugares-comuns: quero a junção dos nossos polos desiguais.

Hoje não vou deixar que essa conversa se encerre civilizadamente. Vou gritar até você me ouvir. Até você ensurdecer com meus pedidos... até você delirar comigo... sem contestar!

Hoje não quero esse adiamento constante do seu hálito calando minhas palavras... eu quero mais do que um bom-dia evasivo e rotineiro... Quero uma saudação digna de quem chega depois de muita espera! Com festa nos olhares, sorriso, paixão... Quero uma boca faminta do meu gosto.

Hoje eu tenho urgência do seu caminhar sobre meus incompreensíveis atalhos... Quero cada passo seu no meu percurso sinuoso... Quero que você se perca nas fendas do meu corpo... Eu quero enlouquecer diante dos seus argumentos vis, entre seus braços seguros, na sua manifestação mais viril!

Por isso, hoje eu quero o seu perfume na minha pele, quero misturar essas essências humanas... Quero acolher a viscosidade que escapa de você e se espalha e me molha por dentro... Hoje eu quero!

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